sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Dançarina

O que vejo pela primeira vez, não é o temor da batalha. Não é o abraçar da morte. E sim uma brisa suave. Que percorrer meu corpo, me arrepiam os cabelos. Entenda, não é fácil descrever. Para quem viveu sorrindo para a morte, enfrentando ela constantemente, é difícil explicar essa sensação. Em um momento estava a correr, espada em punho, gritando ordens, ouvindo gritos de dor. Sentindo o calor do combate. Sua cabeça não pensa, ela para. A reação é espontânea de seu corpo treinado. Seus olhos estão cegos para a realidade brutal de uma batalha. Eu paro um estante, tempo suficiente para ver o que o ódio me impedia. Em meio à brutalidade, em meio ao debater do metal contra metal. Dos gritos, da dor, da raiva e do medo. Ali naquele momento tão repulsivo. Dançava ao vento ou o vento dançava ao seu balançar. Não sei ao certo. Estava algo que nunca havia visto. Uma dançarina. Uma dançarina. Suas vestes eram transparentes, expondo partes sensuais de seu corpo. O rosto estava coberto, somente seus olhos estavam à mostra. A roupa era de um negro meio azulado. Com adereços prateados. Isso fazia com que ao bater da luz da lua, ela se refletia ainda mais. Não dava para ver a cor de seus olhos. Mais sabia que eles ou os seus movimentos, haviam me hipnotizado. Apesar das belas curvas, não foi isso que me deixou assim. E sim seus movimentos suaves, balançantes. Era uma graciosa dança. E parecia que somente eu a enxergava. Todos estavam em batalha, à luta prosseguia. Mais eu estava ali, parado, paralisado por essa dançarina. Que veio do nada. Caminhava dançando, rodopiando, passando pelos corpos jogados ao chão. Flutuando sobre o mar criado pelo sangue. Quem seria? Porque ali? Porque só eu a enxergava? A brisa de mais cedo. Os arrepios. Seriam provocados por ela? Enfim, ela se aproximo. Sem saber o porquê, eu me ajoelhei, olhando para ela, encontrei os seus olhos. E assim como a dança. Assim como o balançar do vento. Sua voz saiu, me arrepiando, me emano a resposta dita tão suavemente. - Venha guerreiro...

3 comentários:

Jücca de Melo disse...

Uia! :D
Massa, hein?

Noturno disse...

Vareu em!! \o/

Vanessa Lee disse...

O texto conseguiu me transportar para esse campo de batalha, até senti o cheiro de sangue. Mto poética a imagem da bailarina bailando sob os corpos.