terça-feira, 11 de novembro de 2008

Caçada Noturna

A noite estava fria, chuvosa, todos na rua corriam de presa, a passos largos. Algumas pessoas olhavam freneticamente para trás, os lados, assustadas, outras andavam calmamente, apenas com presa.Já era de costume essa rotina, cidade grande, violência, casos e mais casos na TV.O medo era sempre algo presente na vida de todos.Mas em um certo dia, nessa noite fria, perceberia isso mais de perto, viveria na pele.Como todos, eu andava de presa, muito também pelo fato de querer chegar rápido em casa. Havia acabado de sair do trabalho, seguia em direção ao metrô, as ruas movimentadas, o vai e vem dos carros, tudo normal.A entrada para mo metrô já estava perto quando como um grande soco no ar, me vi caindo, direção ao solo molhado.Minha cabeça rodopio, meus olhos fecharam, a dor se apoderou do meu corpo.O corpo outra hora frio agora se encontrava quente pelo deslizar de meu sangue.O som alto foi se tornando apenas ruídos em meus ouvidos, vista embaçada, dor e mais dor.Não conseguia pensar direito, apenas em o que me atingiu, porque, e porque ninguém veio me ajudar.Mas já era sem tempo, sentia minha vida se indo, a metros do metrô, do meu caminho, destino seguro, iria perecer ali, como um nada em um nada que se torna quando se esta no nada.Morreria sem saber quem foi meu agressor, ao que parecia roubo não era, não senti nada mexendo em mim.Vingança?De quem se nunca fiz mal a nada, pelo menos nada tão grave. Mas o que iria me ajudar, já estava morrendo, longe dos meus sonhos, pior que morrer assim era morrer sem saber o porquê.Jogado na lama, ferido, morto, a cidade em ruídos para ele, se tornou movimentada para os demais, a cidade em movimento, com sua rapidez e medos. Ultima lembrança, as luzes de sua vida se apagaram.E no nada ele morreu.

-Esse já foi, falta buscar mais uma lá dentro.
-Então vamos que nosso tempo aqui é curto.